Recentemente tive a oportunidade de rever um documentário produzido em l989 com o título de "Ilha das Flores". Lembro-me que a primeira vez que o assisti, em 1993, fiquei bastante impressionada, diria até comovida, com as cenas ali mostradas. Hoje sinto falta desses sentimentos. Não porque os tenha perdido, mas creio que tenha me habituado a ver cenas tão ou mais cruéis do que aquelas.
Ilha das Flores expôe algumas situações abjetas as quais o ser humano é impelido quando em condição de miséria. A possibilidade de sair incólume de tal condição indigna é pequena. As consequências individuais e sociais deste descaso já ultrapassaram, há muito, a fronteira da irresponsabilidade.
Volto a dizer que sinto falta da minha antiga comoção diante dessas cenas. A indignação nos revigora, nos faz sentir melhor e, até melhores. Hoje já não me oprime o aroma fétido que exala da Ilha das Flores: me acostumei. Saudades de mim mesma!
Susana
Um comentário:
Oi Susana,
entendi bem teu sentimento, é incrível como - talvez para sobreviver- a gente se habitue ao terrível, ao grave...
Defesa para não morrermos de tristeza a cada instante...
abçs
bom fim de semana!
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