Tomemos como exemplo a televisão que tem nas imagens o seu principal apelo de comunicação. Qual o efeito delas - lançadas diuturnamente em nossos cérebros - sobre nossa capacidade analítica e crítica dos acontecimentos expostos? "Nós temos, diante da imagem, um menor desenvolvimento da nossa capacidade crítica." afirma Joel Birman, doutor em Filosofia pela USP (Universidade de São Paulo) em entrevista concedida para o site tvbrasil.com.br, "(...) qualquer um de nós é capturado pela imagem, exatamente porque a imagem é polivalente (...)".
É comum ouvirmos ou mesmo proferirmos frases como "Hoje quero chegar em casa, ligar a televisão e não pensar em nada!". Esse "não pensar em nada" pode ser assistir a uma novela, a um filme ou mesmo telejornal. Evidentemente o fato de estarmos diante de uma aparelho de TV não nos coloca na posição de seres não pensantes, mas certamente nos colocamos em standby, talvez aguardando uma pista do que pensar, de como agir, de como se posicionar diante dos acontecimentos.
As nossas emoções são estimuladas por nossos sentidos, que não necessitam de nossa proposição para se manifestarem. Na televisão é a força das imagens e não os acontecimentos em si que produzem este estímulo emotivo. A velocidade desse bombardeio, que surge na tela da TV, não nos fornece um tempo necessário que nos permita uma análise crítica adequada do que assistimos. As imagens de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, quando do soterramento de uma pousada e de outras casas, foi logo substituída pela do terremoto avassalador no Haiti, ou mais enchentes, ou homens e mulheres-bomba, chacinas, acidentes espetaculares...Tudo isso permeado pelas imagens de celebridades, copa do mundo, campeonatos de futebol, sempre com intervalos indicando o melhor celular para nos conectarmos ao mundo. A imagem reproduzida pela TV realmente tem um poder arrebatador, mas é a palavra, falada ou escrita, que tem o poder de análise sobre esse arrebatamento.
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